Essas “figuras” ocultas direcionam o olhar do observador. Mantenha isto em mente: Quanto mais capturamos a atenção do observador e quanto mais pudermos conduzir a leitura de uma imagem, maior será a nossa capacidade de realizarmos composições melhores.
Antes de avançarmos para o tema principal, necessito esclarecer algo que considero relevante: O poder de uma abstração. Permitam-me esclarecer:
A maior parte dos seres humanos usa (basicamente) cinco sentidos, por vezes focamos nossa atenção mais em um do que em outro. Quando você sente o aroma de uma boa refeição, focamos em qual dos sentidos? Quando decidimos por um agasalho num dia frio, que sentido predomina para que esta decisão ocorra?
Agora vamos transferir o nosso foco para a observação de fotografias. O primeiro sentido a atuar é a visão. Quantos mais podemos usar?
Se vou fotografar, devo estar atento de forma a usar de argumentos (parâmetros) ou elementos de composição que possam sugerir que o observador use outros sentidos com maior eficácia. Então eu, como fotografo, devo entender que a minha impressão do ambiente deve ser abrangente.
Imagine-se caminhando numa bela manhã de primavera. Estamos caminhando em meio a colinas verdejantes, repletas de flores. O clima é agradável e uma brisa leve percorre o nosso corpo.
Pegue sua câmera nesse ambiente precioso. Então vem a inspiração de se replicar tais sensações através de fotografias. Esse é o princípio para se traduzir uma experiência pessoal (e praticamente “intrasferível”) para pessoas que vão estar em outros ambientes e imersos em outras sensações e “pressões” diárias.
Então, fotografias são abstrações e extratos de uma realidade, que em primeira análise não pertence ao observador. “Recortar” o mundo é tarefa de quem registra e direcionar o poder desse recorte ,com fins de propor uma leitura, também.
Tudo o que falamos em outras dicas (e muito do que falaremos) repousa neste ponto de vista. Dito isto...
Geometria implícita
https://stocksnap.io/author/5049
Simples... Um triângulo.
Entramos na imagem pela base do triângulo e subimos rapidamente para a mão da criança (ou paramos nos dedos que envolvem a manga da roupa. Para mim o foco nos dedos do adulto não seria o ideal, mas, como devo colocar imagens que possam propor diversos pontos de vista. Eu faria escolhas diferentes, porém o que importa aqui é o triângulo, que funciona como área de navegação.
Uma fotografia pode conter inúmeros setores de navegação, porém, tais regiões devem ser do entendimento do autor de uma fotografia. A distribuição (discordante ou harmônica) provoca o olhar e aguça a curiosidade do observador, mesmo nas composições mais simples.
https://stocksnap.io/author/1949
As formas resultantes não precisam ser “perfeitas”, conter lados iguais, ser simétricas ou equivalentes. O “segredo” está na distribuição.
Note que no exemplo acima temos “ilhas” fictícias e o fundo escuro funciona um tipo de “oceano” ou rio.
Essa ideia se encaixa em diversas fotografias. É interessante como abstrações povoam a nossa mente, mesmo quando são implícitas. Consegue perceber alguma figura na imagem abaixo?
https://unsplash.com/jgalafa
Meu ponto de vista diz que...
Mas também vejo isso...
Gostou? Espero que este artigo seja útil. Tire proveito das formas (quadrados, retângulos, círculos e figuras sobrepostas) e explore o que desejar.
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