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Dicas de fotografia (parte 013)

Antes de começar, bom... este é o primeiro artigo em que resolvi mudar o tamanho da fonte (das letras). Notei que a leitura em dispositivos móveis, dependendo do navegador, oferece alguma dificuldade para alguns visitantes. Atualizarei todas as publicações anteriores também. Dito isto...

Muito antes de pensarmos em fotografar, há de se atentar para o nosso olhar, ou melhor, para a forma como percebemos e organizamos o mundo. Que ferramenta posso usar para isso?


Estética

Para mim é o estudo que define como notamos o mundo "concreto" ou abstrato, através dos nossos sentidos e de nossa bagagem cultural. Isto me permite dizer que qualquer pessoa que possua limitações (auditivas, visuais...) tem a estética enraizada conforme sua própria bagagem de vida.

Na fotografia, o olhar carregado de princípios estéticos terá maiores chances de obter imagens que carreguem ideias definidas e claras para o(a) autor(a) e/ou audiência (caso a imagem venha a público). Mesmo que a imagem levante interrogações, estas, esteticamente planejadas, parecerão (ou serão) intecionais.

Ter a estética embebida no olhar, significa termos a intenção de realizar uma peça artística, que retrate a realidade nua e crua, um sonho, alguma suposição ou mesmo uma abstração que tenha a capacidade de transportar o observador para algo planejado.

Estética pode ser um tipo de filosofia que lida com arte e o gosto por criar ou apreciar a "beleza", por meio de "julgamentos" e preferências específicas.

Estética e fotografia

Simples: Imaginar que uma fotografia é bela, não significa que haja uma boa solução estética embebida naquela imagem.
Posso apreciar uma imagem, mesmo que a estética seja fraca - isto é gosto. Posso considerar que não tenho gosto por outra imagem, mas isto é pessoal, embora a estética possa ser admirável.
O bom arranjo estético (sendo redundante) não supõe que a fotografia cumpra seu papel no reino as divagações subjetivas, as quais "teimamos" em organizar.

Todos os dias vemos vários rostos humanos. Reconhecemos um rosto familiar no meio de uma multidão, agora, se o rosto agrada ou não é outra história. Normalmente os rostos mais atraentes tem maior simetria e, por consequência, tendem a ser mais interessantes. Esse sentimento não é de todo inconsciente, na verdade evoluímos com base em escolhas - até o ponto em que podemos fazer as nossas próprias, aí as portas se abrem para a arte.
O reconhecimento de rostos, ou melhor, de formas, sejam simétricas ou não, é conduzido pela estética (do agradável ou desagradável).


Quando usamos do nosso senso estético para reproduzir o mundo, concebemos a arte - seja para descrever a fauna, a flora, nossas estações, festas, jogos e etc.

Acima está um extrato das pinturas parietais encontradas na Caverna de Chauvet, na França. Aquelas obras têm cerca de trinta mil anos. 

Na fotografia o desafio de se conceber estética ao que já é rico e belo é um desafio. Há estética no mundo a nossa volta, bem como na nossa interpretação dele.

A arte de escolher está associada à estética que podemos reconhecer. Um fotógrafo iniciante, com o tempo, tende a aumentar seu senso estético, portanto, imagens que antes poderiam ser bélissimas (ao olhar pouco treinado) podem perder o diferencial no futuro. Muitas pessoas sentem frustração ao ver a própria produção e eu já passei por isso.

Para vencer este comportamento esteticamente inquietante (risos), quem fotografa deve buscar uma fundação sólida no conhecimento estética, bem como uma assinatura de sua própria estética na forma de observar.

Estudando a estética

Desejo, do fundo do coração, que este blog ajude a melhorar sua produção estética, embora o despertar do olhar seja pessoal, tentarei transferir um pouco daquilo que consigo alcançar.

Enquadrar um cenário ou cena em andamento é um dos primeiros passos para desenvolvermos o senso "tecnicamente" estético.

Já falamos dos formatos (quadros) retrato e paisagem em outras dicas, mas desta vez irei acrescentar o ponto de vista, que envolve enquadramento com seus planos e ângulos. Infelizmente (ou não), para mim, estas palavras são escorregadias, pois são amplas e podem variar de forma sutil. 

Enquadrar uma cena ou cenário envolve tomar posse de uma narrativa. O que desejo contar? Que história ou estória irei reproduzir ou construir?

Para narrar determinado acontecimento, se faz necessário enquadrar ou decidir que plano e ângulo terá impacto no diálogo a nossa frente. Vamos começar com dois planos, cuja nomenclatura herdarei do cinema, são os planos Aberto e Fechado.

Plano Aberto

https://stocksnap.io/author/7552

Neste plano, o personagem (ou objeto) ocupa pequena parte do enquadramento. O cenário, seja exterior como no caso acima ou interior, nos dá a sensação de localização e ajuda na narrativa.
Vejo um cidadão curtindo o momento sem muitos compromissos, onde outras pessoas fazem o mesmo... Todos numa cidade grande, no que parece uma área de lazer... Entendeu a função do Plano Aberto?


Plano Fechado

https://stocksnap.io/author/14150

No fechado temos o oposto. O maior valor está no detalhe do que se desenrola. Na cena acima, o que você percebe?
Uma característica do plano fechado é aproximar observador sem deixar espaço para outros elementos. Imagine o noivo colocando a aliança no dedo da noiva... O plano fechado pode ser interessante, não é?

Lá no começo... que plano é aquele das figuras na Caverna Chauvet???


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