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Dicas de fotografia (parte 003)

Acredito que esteja na hora de especificar e fortalecer o que já aprendemos sobre formatos e elementos e o que é uma regra de composição. Vamos lá!

Formato – Toda imagem necessita de uma área para ser apresentada (tela, papel e etc.). Essa área pode se apresentar num formato, onde os mais comuns são paisagem, retrato e quadrado.

Imagine que vamos fotografar uma sala de jantar e escolhemos o formato paisagem... continue lendo.


Elementos – São como objetos concretos e abstratos que habitam um formato. Se você fotografar uma cadeira, então esta será um objeto (ou elemento) concreto dentro de um formato.

Agora imagine que a sala de jantar está parcialmente escura, pois uma lareira está queimando os últimos restos de lenha. Esta penumbra é um elemento abstrato e a lareira é outro elemento, porém concreto.

Regras de composição – Estas regem a forma como iremos apresentar elementos dentro de um formato, mas nenhuma regra é absoluta ou completamente verdadeira. Regras são guias que ajudam a traduzir o objetivo de uma fotografia para o obsercador.

Se estou fotografando uma sala de jantar parcialmente escura, então que regras serão pertinentes para que o futuro observador do meu trabalho entenda o que estou transmitindo? É isso que estamos aprendendo.

Vamos acrescentar dois novos itens na lista??? Isto nos ajudará a entender como podemos ser engenheiros na arte de fotografar.

Assunto – Há quem diga que o assunto é mesmo que elemento, porém discordo um pouco. Para mim, o assunto é o elemento dominante e não um objeto (ou conjunto deles). O assunto é a âncora que nos informa que estamos no porto “seguro” daquela fotografia, que dá sentido ao que está a nossa frente.

Imagine a mesma foto da sala de jantar... Tudo está revirado, um caos completo... como se uma briga tivesse ocorrido naquele ambiente, sendo assim, o assunto será um evento ocorrido (a provável briga). A fotografia de uma sala de jantar revirada nos informa que o assunto é uma ocorrência, mas qual?

Composição – Muito se fala sobre composição de fotografias. Posso resumir e dizer que composição é o ato de planejar uma fotografia para expressar uma ideia, sentimento ou ambos. Toda composição eficiente é concisa e inegavelmente compreensível (ou pode ser um "quebra-cabeças") e cativante (no sentido de capturar a atenção do observador a partir de interrogações). Uma composição deve ter o poder de despertar o interesse do observador.
Algumas das grandes composições que percebo como arte tem alguns pontos comuns: Tem uma linguagem que sobrevive ao tempo, são interessantes em várias culturas e etc.

A sala de jantar está bagunçada, parcialmente iluminada e alguém está numa das cadeiras chorando sobre a mesa... Ali estará o assunto central, o motivo da fotografia ter sido realizada (uma história sendo contada).
A fusão entre sala de jantar, cadeiras no chão e fora do lugar, taças quebradas, penumbra e etc. ganham total sentido com a presença de uma pessoa chorando. O assunto central é a pessoa. E o que é composição?

A composição carrega tudo de uma única vez, que se traduz em uma ideia ou sentimento (como o drama da nossa composição fictícia na sala de jantar). Este é um exemplo de composição para mim, mas estamos tratando de regras de composição nestes primeiros artigos. Em breve trataremos de composição de fotografias. Imagine-se compondo uma poesia, uma música... O mesmo vale para a fotografia.


Missão

Neste episódio (artigo) iremos conversar sobre linhas horizontais e diagonais, mas também falaremos de composição.


Linhas “retas” horizontais

Carregam um sentido de permanência “pacífica”, paz, tranquilidade e pouco movimento. Toda linha horizontal impulsiona o observador para uma sensação de “sossego”.

Fotografia: Alex ConceituArt



É fácil encontrar um motivo para esse sentido. Quando vamos dormir, que posição a maioria dos seres humanos preferem? É natural que o repouso ocorra no sentido horizontal. O mesmo ocorre com outros animais.


Linhas diagonais

Essas criam dinâmica (movimento). Os olhos do observador percorrem a imagem de um ponto ao outro. Veja... Esse estímulo vem da própria construção do nosso sistema visual. Temos dois olhos que criam um sistema de visão em três dimensões, então temos a percepção de profundidade e perspectiva.
Usar essas linhas diagonais em fotografias fazem com que o nosso cérebro entenda que há alguma ilusão de movimento, logo interpretamos que algo está perto ou longe, em cima ou embaixo, a frente ou atrás, indo ou vindo...


Fotografia: Alex ConceituArt

Na imagem acima você irá acompanhar a beira do mar ou a beira d’água (bem na fronteira entre mar e areia). Talvez você acompanhe as marcas na areia. É certo que seus olhos irão e retornarão do horizonte. Esse movimento dos olhos “cria” a sensação de profundidade, tal como ver uma paisagem de uma janela.




A fotografia abaixo explora linhas diagonais para imprimir maior sensação de movimento para a dama que faz uma corrida leve. A linha “reta do horizonte provoca uma sensação de “sossego”, tornando o exercício uma tarefa agradável.

Fotografia: Alex ConceituArt

O sentido que a dama corre e as linhas diagonais (não tão inclinadas) do calçamento imprimem uma velocidade para o acontecimento, que não é tão veloz.

Para finalizar, vamos falar de composição com base no lemos no início deste artigo. Então, qual é o assunto dessa composição?

(       ) Uma bela manhã de Sol!
(       ) A dama se exercitando!
(       ) O conjunto que estimula o observador e causa um certo prazer e interesse em estar naquele local, sentindo alguma qualidade de vida!

Obviamente a manhã de Sol é um assunto, a dama correndo é outro. Ambos se conectam para formar a composição.
As montanhas, o mar, o céu, o calçamento e tudo mais que houver é elemento (objeto) e o arranjo destes segue algumas regras de composição.


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